terça-feira, 23 de março de 2010

Borboleta de jardim...


Liberta esse sofoco

Liberta esse gritar

Liberta essa revolta

Por já não poder amar


Quem te admirou

Quem te amou

Quem teu amigo foi

Quem sofreu junto contigo

Sem nada poder fazer...


tantas rezas inglórias...

Promessas feitas em vão

Apenas um simples verso

como forma de gratidão...


Já de noite fazendo companhia ao teu corpo

uma borboleta poisou por cima de nós e a Angela perguntou-me:

- O que faz uma borboleta aqui?...


Sei que é dificil explicar

como leve o teu voar

borboleta de jardim

Voas voas sem ter fim,

Com apenas dias de vida...

enches os prados de harmonia

como se ouvíssemos uma canção...

Com o seu doce voar

o som, o chilrear...


Nesses prados verdejantes

voando de flor em flor

que enchem de amor

Os corações dos poetas...

O seu pó fino das asas

que colocava no rosto das mulheres

sempre que quisessem brilhar como tu...


Borboleta de jardim

Voas voas sem ter fim

Como nos podemos esquecer de ti,

Minha borboleta de jardim...


Cheguei a uma conclusão!


Com poucos dias de vida,

Encheste-nos o coração...


Olhei para ela e sorri...

Disse-lhe que eras tu que estava ali,

e que nos observavas de outra maneira...

Lágrimas então a correr das nossas faces,

no entanto, havia sorrisos e admirámo-la

Como era linda...

Como eras bela...

e assim ficaste borboleta...


Todos aqueles que te visitam

onde se encontra o teu corpo

têm colocado uma borboleta...

que recorda o momento em que nos deixaste

ou simplesmente borboleta de jardim...


Nunca mais terás um fim,

sempre que observarmos uma borboleta,


Lembraremos de ti...



Do teu pai...