porque sabia que a luta que se adivinhava era completamente desigual,
e eu como pai consciente, nao queria baixar as armas sabendo que a missão
era impossivel. Não podia fraquejar perante uma grande filhota que naquela altura fazia quimio.
Fui escrevendo no telemóvel e lendo para ela, perguntando-lhe se soava bem, se achava isto ou aquilo melhor e assim saiu o poema inacabado para mim ...
Faltava o resto que não queria escrever mas que me atormentava todos os segundos (o depois da batalha ) ...
RAIAR DO SOL II
Depois de tanta luta, de tanto sofrimento
perdemos a batalha...
No teatro da guerra cambaleamos moribundos
nos ombros dos amigos.
Parece tudo irreal, um pesadelo sem fim
o meu parceiro de luta ganhou tanta força
que nem consigo engolir...
O cenário da batalha ainda cheira a pólvora
e as lágrimas derramadas de quem perdeu,
acalmam o pó levantado de quem quer esquecer...
Zé Carlos
obrigado a todos os que lutaram a meu lado nesta luta desigual
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